NEM TE CONTO! Quando quase perdi um dos maiores ícones do modernismo
Em 2016, tive a oportunidade de realizar o meu sonho de viajar para a Europa. Na época, eu já era professora de arquitetura e ministrava aulas de Teoria e História da Arquitetura, entre outras disciplinas, onde abordava bastante o tema do modernismo na arquitetura.
Decidi então visitar Barcelona e, em todos os lugares que buscava informações sobre arquitetura local, sempre encontrava as obras de Gaudí (que são imperdíveis), o Porto Olímpico, a Catedral de Barcelona e alguns outros locais dispersos. Conheci várias outras obras que não esperava encontrar por lá e estava muito satisfeita com as descobertas.
No que eu acreditava ser o último dia da viagem, decidi ir à Plaça d'Espanya e explorar a região, um pouco afastada do hotel e locais mais centrais. Caminhei bastante pela área, subi ao mirante do Arenas de Barcelona, passei pela Fira Internacional de Barcelona, apreciei as torres Venecianes e as belas fontes da escadaria até chegar ao Museu Nacional d'Art de Catalunya. Resumindo, percorri toda aquela região ou, pelo menos, o que eu pensava ser toda a região. Depois disso, voltei para o hotel para arrumar as malas, pois partiria na manhã seguinte.

Após arrumar as malas, decidi conferir o horário do meu voo e descobri que ele seria apenas no dia seguinte. Eu tinha mais um dia inteiro em Barcelona! O problema era que eu já tinha visto "tudo" o que queria ver, inclusive alguns lugares com certa pressa para "dar tempo de ver tudo" (um erro que não cometo mais). E agora? Resolvi pesquisar o que mais poderia fazer na cidade.
Ao olhar alguns mapas locais, fiquei surpresa ao ver um desenho do Pavilhão de Barcelona ali. Como assim?! Uma das obras que eu mais usava nas minhas aulas para explicar o modernismo e o conceito do "Menos é mais" estava ali e eu nem tinha percebido?! Comecei a pesquisar ansiosamente onde ele estava localizado e como poderia visitá-lo, pois parecia estar distante de onde eu estava... E então, mais uma surpresa: o Pavilhão de Barcelona ficava bem próximo ao Museu de Catalunya, na região onde eu havia passado o dia anterior!

Para contextualizar e minimizar um pouco o tamanho da minha falha, o Pavilhão Alemão construído para a Feira Mundial de 1929 em Barcelona (também conhecido como Pavilhão Barcelona), foi projetado pelo arquiteto modernista Ludwig Mies van der Rohe. Após o término da feira, como é comum com a maioria dos pavilhões e estruturas temporárias, o Pavilhão de Barcelona foi demolido. No entanto, após a minha viagem, descobri que, devido à sua importância na história da arquitetura e na biografia do arquiteto, a Fundação Mies van der Rohe encomendou a sua reconstrução no mesmo local durante a década de 1980. Assim, temos um Pavilhão de Barcelona intacto para visitas.
Por fim, consegui visitar o Pavilhão e deu tudo certo. Mas se não fosse pela minha falta de atenção em relação à data correta da viagem, eu não teria tido a oportunidade de conhecer um dos maiores ícones do modernismo, que estava a apenas 100m de onde eu havia estado no dia anterior.

Enfim, a minha dica é
Pesquise bastante sobre o local para onde você está indo antes da viagem. Procure informações sobre pontos importantes, sugestões de roteiros, locais para hospedagem e onde comer. É maravilhoso viajar sem preocupações, planos e roteiros super rígidos, mas em alguns lugares talvez você não tenha a chance de voltar novamente e pode se sentir chateado por não ter visto algo que realmente gosta e não sabia que estava ali.
Além disso, os roteiros ajudam a otimizar os passeios, seguindo uma ordem lógica de visitas de acordo com a localização de cada atração (além de considerar os horários de funcionamento e a compra de ingressos, por exemplo). Foi por essas razões que decidi criar o Passaporte de Arquitetura, pois não quero que ninguém perca uma oportunidade como quase aconteceu comigo. Aqui reúno todas as informações possíveis sobre arquitetura para compartilhar com vocês e ajudá-los a otimizar suas viagens!

Ah, aproveito para mencionar a lojinha de souvenir do Pavilhão de Barcelona, onde comprei miniaturas de algumas cadeiras de design por um preço muito acessível, mesmo pagando em Euro, bem como outras lembranças boas e baratas. Foi nessa lojinha que comecei a minha amada coleção de "cadeirinhas", então ela também fica como uma recomendação imperdível em Barcelona.
E você, já passou por alguma situação parecida? Visitou algum lugar e deixou alguma coisa importante sem ver por falhas no planejamento?
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